Andamos enquanto havia luz?

Eu riria se fosse engraçado. Choraria se fosse triste. Mas não é isso nem aquilo. É trágico. E eu tenho medo. Tento acender as luzes, mas o ambiente continua escuro.

Sim. Tenho medo da escuridão.

Durmo bem com as luzes apagadas todas as noites. Isso não incomoda. Meus olhos estarão mesmo fechados. Abertos à escuridão da mente. Para um descanso necessário. A fim de reacender todas as manhãs. Mas nem todo dia acordo bem. Por que nesses dias a escuridão não tira folga.

Um pequeno luzeiro não é suficiente para vencer tantas trevas. Sinto-me um lampião num cangaço cada vez mais cercado. Cada vez sinto mais cagaço. E toda vez me desfaço pra renascer.
Alquebrado é mais fácil coar os defeitos.

Rever os conceitos dentro do breu. Sem deixar o fogo apagar. Afinal ainda há oxigênio.

Dentro da lâmpada fechada, na escuridão, existe um gênio. Cá do lado de fora, à luz do dia, pessoas realizam seus desejos sórdidos. Estamos vivendo a hora do pesadelo. Fred chegol!

Mas temos o poder de controlar nossos sonhos. Melhor ainda. Temos o poder de sonhar e realizar coisas boas.

Andemos enquanto ainda há oxigênio.